quinta-feira, 25 de março de 2010

TROVA A INÊS

A Galega, no séquito de D. Constança, a Portugal chegou
O primeiro olhar trocado e logo o Amor no ar pairou.
D. Pedro pelo colo de garça, de imediato, loucamente se apaixonou
E aquele Amor ardente, para muitos, infame, até hoje perdurou.

Tal como o fruto proibido é o mais pretendido,
A distância, com o exílio de Inês, por D. Afonso forçada,
Tornou cada encontro furtivo ainda mais apetecido,
Despoletando nele um puro amor pela sua doce amada.


D. Constança também já tinha, usando de astúcia, criado um estratagema,
Para separar os dous amantes e poupar aquele seu nobre diadema,
Do seu primeiro filho, Luís, madrinha a tornou…
Mas, um novo nascimento o óbito dela causou.

Longe, numa das suas caçadas, D. Pedro nem imaginava
Que o seu Pai, com seus algozes, a morte de Inês congeminava.
As brutas feras a bela jovem indefesa assassinaram
Não se lembrando que ao fazê-lo, a sua sentença ditaram.

D. Pedro não descansou, enquanto os não matou
A trasladação da sua imortal amada não descurou
E todo o Reino ao póstumo beija-mão obrigou
E, desta forma, a coroou e sua memória eternizou.

O seu desmesurado amor por Inês suscitou
A construção de dois túmulos deslumbrantes
Por onde muita gente passou e sentidamente chorou
O triste infortúnio destes dois exímios amantes.




Povo de Portugal